Meu querido mês de Agosto

Lembro-me que quando era pequena, o dia 31 de julho era para fazer malas arrumar a arquinha. Pois não tínhamos malas de viagem como agora, havia apenas uma. A minha mãe metia o que queria levar numa arquinha (baú) de madeira e era aí que levávamos as roupas de 3 para todo o mês de Agosto. Alugávamos uma casa com dois quartos, uma sala, cozinha e casa de banho e lá estavam 3 famílias (duas famílias com a mãe e 2 crianças cada e outra com dois adultos - os avós, que dormiam no sofá da sala - fofos). Perguntam vocês:
- E os pais das crianças?

Os pais estavam a trabalhar, no campo, é em Agosto que há muito, muito que fazer (pelo menos naquela altura).

Então o Agosto era 100% praia, 100% avós, 100% mãe, 100% calor, 100% espetacular!


Tenho recordações tão boas desses tempos:
 dos vizinhos das barracas, dos gelados (ao fim de semana, só quando o pai nos ia visitar ao domingo), dos familiares que ainda encontro e outros que infelizmente morreram deixei de encontrar no nosso mundo!

Gostava de poder dar isso à M., mas não pode ser...por vários motivos...

Darei outras coisas... vamos uns dias para a casa dos avós, que para ela tem, com certeza, coisas maravilhosas que eu não consigo ver (porque ela não vive lá e valoriza): as ervas, as pedras, a terra, os cães, os avós e os bisavós, os vizinhos que dão chupas, as batatas fritas que avó faz, a canja de galinha, a fruta apanhada e comida de seguida, ...

Haverá sempre praia, claro! Ela adora e faz bem à saúde! Mas não será praia a tempo inteiro em que íamos a casa a pé almoçar. Será praia de manhã ou de tarde em que vamos de carro.

VALORIZAR cada momento é a SOLUÇÃO, para não haver tanta Saudade!